A campanha publicitária agressiva da Hyundai veiculando seu novo modelo Azera não mediu esforços para colocar o seu produto como superior às marcas tradicionais e de luxo como BMW, Mercedes Benz e Jaguar.

“Mais espaço interno que uma BMW Série 7. Mais potente que uma Mercedes Classe C. Mais equipado que um Jaguar XJ”.

A citação acima é a prova de como a campanha foi explícita na comparação de seu produto com os tradicionais de luxo. Apesar das comparações, a Hyundai na verdade não tem a intenção de atrair os potenciais compradores desses carros, e sim dos modelos Ford Fusion, VW Passat e Chevrolet Omega, que tem a mesma faixa de preço do Azera. Revistas e sites especializados em Automóveis fazem ótimas referências técnicas do novo carro, que tem foco nítido na relação custo-benefício. Os resultados, segundo a própria Hyundai, são animadores: 675 unidades vendidas no 1º trimestre, contra 256 do Omega, 254 do Passat e 219 do Toyota Camry, também da mesma faixa de preço.

A campanha apostou na racionalidade, evidenciando qualidades como espaço, potência e equipamentos. A intenção da Hyundai foi posicionar o Azera como um carro de luxo, mas resta uma dúvida: o comprador de um carro de luxo dará importância à racionalidade do produto ou a tradição pela montadora e o design?

A Hyundai ainda evidencia o preço como algo impressionante, o que é incompatível com as estratégias de comunicação do luxo. O consumidor busca um produto de luxo pela sua exclusividade, por ser algo inovador e não apenas pelo “ter”. Uma compra de um produto de luxo transcende ao racional.