Em minha recente visita a Vancouver e Toronto, duas cidades importantes e distintas do Canadá, pude notar não somente a tão falada expansão do luxo, mas também ter a oportunidade de compará-la com o mercado brasileiro.
Vancouver, em British Columbia, possui 550 mil habitantes. Seu mais luxuoso hotel, The Fairmont Hotel Vancouver, além de acomodar em grande estilo seus hóspedes, abriga três lojas de luxo: Louis Vuitton, Gucci e St. John. No centro da cidade, a Holt Renfrew, a maior e mais luxuosa loja de departamentos oferece produtos dos mais prestigiosos nomes como Burberry, Ralph Lauren Black Label, Giorgio Armani, Marc Jacobs entre outras. Ainda conta com um corner da Louis Vuitton e outro da Tiffany&Co, esta última com uma loja própria na cidade. Vale lembrar que a The Bay, pertencente ao grupo Hudson’s Bay Company, nasceu em 1670 e mostra que é possível uma loja de departamentos diferenciar-se de outras através de seu mix de produtos. Em seus 5 andares, pode-se encontrar uma seleção completa da maior categoria.

Toronto (Ontario), centro financeiro do Canadá e com 2,2 milhões de habitantes, o luxo também faz parte do cotidiano das pessoas. Por ser uma cidade muito maior, possui grande número de shoppings centers da categoria premium, três unidades Holt Renfrew, duas lojas The Bay e a Bloor Street, rua onde estão situadas lojas próprias de grifes como Louis Vuitton, MAC Cosmetics, Tiffany&Co, entre outras.

O mercado de luxo brasileiro e o canadense estão em crescimento, porém no Brasil o Luxo é bem mais recente e ainda visto como algo inacessível e alvo de ostentação. Aqui as lojas e shoppings deste segmento estão estrategicamente localizados em áreas nobres, e distante do acesso popular. O mesmo não acontece no Canadá, onde se tem acesso a alguns estabelecimentos de luxo através das estações de metrô. O ponto de ônibus instalado em frente ao Shopping Cidade Jardim é prova da diferença cultural entre os países. Com o objetivo de facilitar o acesso dos funcionários ao shopping, foi considerado pelo mercado um tiro que saiu pela culatra, pois facilitou a entrada de curiosos sem potencial de compra e nasceu uma pequena sensação de desvalorização do espaço perante seu público-alvo.