A Riviera de São Lourenço, bairro planejado conhecido por reunir condomínios e imóveis de luxo em Bertioga, no Litoral Norte de São Paulo, mostra que, com planejamento urbano e uma gestão eficiente, é possível criar um ambiente sustentável e ecologicamente correto. O empreendimento possui um amplo programa de coleta, destinação e tratamento de lixo, que serve de exemplo para muitas cidades.
“As cidades crescem, na maioria das vezes, desprovidas de planejamento urbano, o que ocasiona grande concentração de resíduos sólidos, que seguem sem destino certo. Precisamos incentivar e multiplicar iniciativas de projetos e empreendimentos sustentáveis, para reverter a precariedade de infraestrutura e promover a expansão ecologicamente correta do meio urbano”, observa Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor de Marketing da empresa de planejamento urbano Sobloco, responsável pelo bairro planejado.
Exemplo de projeto sustentável, a Riviera de São Lourenço durante a alta temporada chega a ter população flutuante superior a 80 mil pessoas, são coletados em média 22 toneladas de resíduos recicláveis por mês, sem contar os perigosos, como pilhas, lâmpadas e outros produtos. Desde que foi implementado, já foram coletados, triados e encaminhados para reciclagem cerca de 5,4 milhões de quilos de resíduos.
Ações como essa garantiram ao bairro planejado, desde 2000, a certificação ISO 14001, reconhecendo a qualidade de seu Sistema de Gestão Ambiental. Além disso, o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Riviera de São Lourenço já foi apontado com um dos mais bem-sucedidos programa do País, segundo o Centro de Informações sobre Resíduos Sólidos, da Universidade Federal Fluminense.
Além de preservar a natureza, o projeto promove a inclusão social. Criadas em 1993, as atividades de reciclagem são inteiramente operacionalizadas pela Associação dos Amigos do bairro. A renda obtida com a comercialização dos recicláveis é revertida para as obras sociais da Fundação 10 de Agosto, entidade sem fins lucrativos com sede na Riviera, que promove atividades relacionadas à assistência social, educação e qualificação profissional da comunidade.
“Normalmente, os projetos de coleta seletiva são gerenciados pelo poder público e vão perdendo sua força com o tempo, devido às mudanças de governo, ao alto custo e à falta de comprometimento das pessoas envolvidas”, compara Beatriz Almeida, diretora da Sobloco e diretora-executiva da Fundação 10 de Agosto. “Por isso, conseguimos conquistar e sensibilizar um número cada vez maior de participantes e ainda expandimos os mecanismos de coleta para outros tipos de resíduos considerados perigosos”, revela, citando como exemplos pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, tintas e óleos.